sexta-feira, 21 de abril de 2023

COZY POWELL, UM DOS MAIORES BATERISTAS DE TODOS OS TEMPOS.

 

Um gigante com vários braços, o que lhe garantiu o apelido de polvo (“octopus”, em inglês) muito antes de o brasileiro Aquiles Priester também ser agraciado com a alcunha. Seu talento era imenso, tão grande quanto sua capacidade de arrumar confusão e inimizades conta de seu ego.

O britânico Cozy Powell teria 75 anos se não tivesse espatifado seu veloz Saab em uma estrada do interior inglês em 1998. Adorava a velocidade até mais do que a sagrada bateria. Estava ao celular com a namorada na hora do acidente – e dizem que não usava cinto de segurança. 

São 25 anos sem um dos mestres da bateria, um talento nato e um instrumentista rigoroso, genial e genioso, a ponto de ousar peitar nomes consagrados como Ritchie Blackmore (Deep Purple), Tony Iommi (Black Sabbath) e Ronnie James Dio (Rainbow, Black Sabbath e Dio).

Era tão criticado quanto requisitado. Teve momentos brilhantes na segunda formação de Jeff beck Group no início dos anos 70, mas não engoliu a abrupta mudança de ideia do patrão, que decidiu acabar com a banda para criar o Beck, Bogert and Appice.

Versátil e com a mão pesada, criou o Bedlam, banda de rock pesado que não teve a repercussão pretendida, embora o prestígio entre os músicos fosse bem grande. Foi o que lhe rendeu um convite em 1976 para entrar no Rainbow, de Ritchie Blackmore.

Era o motor da banda e gravou clássicos da história do rock, ainda que a inimizade com Ronnie James Dio se tornasse eterna. Os dois não duraram muito no Rainbow e o baterista logo partiu para uma carreira solo errática enquanto tocava com meio mundo.

Em 1985, foi surpreendido com o convite para assumir o P de Emerson, Lake and Palmer. Este último não conseguiu se livrar de compromissos com o Asia e teve de declinar. 

“Emerson, Lake and Powell” durou apenas um disco e uma turnê em 1986. O resultado foi bom, em todos os sentidos, mas não o suficiente para que houvesse a continuidade do projeto. Powell evirou críticas diretas, mas deixou claro que não a ver o seu estilo com o progressivo arrogante e aspirante a erudito.

Tanto é verdade que assumiu a bateria do Black Sabbath em 1988 para dois discos – e gravaria o terceiro, “Dehumanizer”, em 1992, se não tivesse sofrido um grave acidente durante um passeio a cavalo. Seria o baterista mesmo com com a oposição do desafeto Dio.

Cozy Powell foi referência na bateria de hard rock e rock clássico para pelo menos duas gerações de músicos, sendo que muitos o chamavam de “mestre” ou “professor”.

As comparações sempre foram impertinentes, mas houve quem o achasse uma mistura de John Bonham (Led Zeppelin) e Keith Moon (The Who). 

Audacioso, impertinente e falastrão, não deixava nada pela metade ou não dito e se irritava profundamente quando não era creditado nas composições, já que pregava que todo músico que contribuísse criativamente e não apenas reproduzisse o que lhe mandavam acrescentava algo – e merecia ser creditado e receber royalties. Sua bateria e seu estilo inconfundível estão em algumas das melhores musicas que amamos

domingo, 25 de setembro de 2022

TUDO SOBRE TAMBORES

MADEIRAS / TAMBOR / CASCOS 

Cedro: Ficou muito popular entre as guitarras inicialmente e devido a praticidade e corte e a facilidade em obter chapas finas com boa densidade, começou a ser usado no Brasil popularizando-se na segunda metade dos anos 90. Possui uma boa envergadura, o que facilita a criação do tambor, tem um timbre mais grave com harmonicos mais agudos no decay, é uma madeira que produz um bom corpo, mas a longo prazo se não for bem cuidada apresentará deficit sonoro decorrente de rachaduras. Tem uma cor mais voltada para o rosa e de cheiro suave porém, bem marcate. 

Bapeva: Ganhou mercado no final dos anos 90 no Brasil quando a RMV começou a frabricar seus modelos com essa madeira. Se tornou lider de mercado durante alguns anos no Brasil. É uma madeira com similiaridades ao Maple Canadence no que diz respeito a densidade e projeção sonora. Madeira comumente conhecida como “goiabão” ou “araça-piranga” é natural do centro oeste do pais, tem uma cor avermelhada ou amarela palida. Seu cheiro é bem destindo e muito resistente para o fim musical, porém precisa ser bem acondicionada pois é um glorioso manjar aos insetos e cupins. 

Copaiba: Além das descobertas no campo medicinal, musicalmente falando é uma madeira surpreendente, com brilho distinto e equilibrado e graves pontuais com muita ataque, acabam por dar vida à instrumentos de ótima qualidade a um baixo custo. Facil de controlar, não tem muito volume de som, se comparado com a bubinga ou maple mas para nossa realidade no Brasil é um instrumento excelente tem um timbre muito definido, é uma madeira muito densa de cor avermelhada e cheiro bem característico 

Araucária: Madeira ainda considerada em estado de estinção só se permite sua utilização provinda de rigoroso controle fiscal do pais bem como medidas de contrapartida como reflorestamento e corte conSciente. É uma madeira que conseguiu galgar um bom espaço no mercado internacional, com um corpo sonoro medio grave e com boa projeção sonora ela também se destaca pela sua peleza e pela facilidade no manuseio durante a frabricação dos cascos, além de prover laminas finas devido sua densidade sem perder as caracteristicas sonoras, quando chamadas as altas frequências respondem com beleza e agresividade, no mercado nacional sem duvida é uma das melhores que temos, seu manuseio e comercialização, assim como a copaiba começaram através da fabrica Odery Drums. 

Teca: Madeira proveniente da India, é cultivada e regulamentada no brasil para utilização segundo as leis de reflorestamento, tem graves muito agresivos o que para bateria é excelente e uma otima projeção sonora, Sua beleza e a forma de suas “veias” chama muito a atenção e cria um aspecto estetico lindo colocando-a no patamar das madeiras nobres 

Mogno: O mogno é uma madeira existente em varias partes do mundo, de todas as madeiras já pesquisadas é a que tem maior ataque nos graves e densidade, seus veios finos e irregulares propiciam uma sustentação sonora além do padrão, porém, não é uma madeira muito facil de trabalhar além de ser esteticamente feia para acabamentos. Devido ao tempo que ela leva pra o plantio e corte bem como suas qualidades acusticas os instrumentos feitos de Mogno principalemente o aficano acabam ficando dentre os mais caros 

Bubinga: Outra madeira de origem africana, que assim como o mogno possui uma frequência de graves acima da media, madeira escura e de veias grossas, tem muito volume e progessão sonora devido suas veias longas, seus tronco passa facil do 1 metro de diametro e pode chegar facil a ter 50 metros de altura. 

Birth: Destacado a frente de todas como a madeira mais equilibrada entre medios, agudos e graves se tornou a preferida nos estudios de gravação, facil de afinar e de chegar a um ponto de versatilidade que as outras madeiras até agora não conseguiram atingir, seu som é presente e equilibrado o que dá um brilho a mais à estes tambores. 

Maple: Talves seja a madeira mais utilizada na frabricação de baterias juntamente com o Birth e o BassWood, existem mais de 120 tipos de maple hoje registrados, sendo que em algumas partes do mundo ele é usado como alimento devido a concentração de açucares nessa madeira, mas ela além dessa “doçura” toda (mais uma da serie trocadilhos infames fora de hora), ela também é uma madeira com graves muito solidos e equilibrados e agudos harmoniosos, além de ser uma madeira resistente para botar na estrada em shows e coisas do tipo. O mais comum é vermos baterias feitas com o maple amarelo ou branco, mas existe também o maple vermelho que é um pouco mais denso e rigido que os demais. A arvore de Maple é muito linda também, vale a pena você dar uma pesquisada. 

Basswood: Das madeiras utilizadas na fabricação de baterias é considerada a menos nobre, natural de clima temperado tem “veias mais secas, e uma tendência aos graves, ficou muito popular na fabricação de corpos de guitarras também. No geral não podemos descrimina-la por ser considerada “inferior” é que a gama de frequência dela a torna limitada e sua fragilidade deixa o instrumento a desejar, contudo quando bem acabada e salvos a forma correta de guarda-lá viram um canhão, em alguns casos podem surpreender, ao adquirir um tambor desses à colagem das laminas se tornam impresindiveis para se ter um bom tambor. 

Ash: É uma madeira comumente usada na frabicação de guitarras, sua caracteristica sonora é muito limitada, com fibras grossas e porosas, se torna uma madeira muito agressiva. Com ataques cortantes e muito grave é um tambor com boa projeção de sonora e responde à baixas frequências muito bem, está madeira apresenta um envelope dinamico mais curto também, ou seja, o som “morre” mais rapido. 

Marfim: O marfim é outra madeira nacional que vem ganhando mercado e caindo no gosto do brasileiro des de o inicio dos anos 2000. Em primeiro lugar o custo acessivel desses tambores facilitou a adesão no mercado, mas claro se não fosse sua sonoridade e praticidade não teria se mantido tanto tempo. É um tambor geralmente bem equilibrado que agrega peculiaridades do maple e do birth. Tem um grave encorpado e com um ataque suave, seu decay é atenuado entre medios e agudos o que facilita seu controle em estudio, porém sua capacidade sonora, ou seja, seu volume natural é o seu ponto fraco, a resistência desta madeira a longo prazo também não é satisfatória no entento se justifica pelo seu preço de mercado. 

Beech: Madeira de caracteristica nobre, comumente usada pela Yamaha, o Beech tem caracteristicas de cor clara e se classifica entre o maple e o birth, é uma madeira bem equilibrada porém limitada, mesmo sendo mais evidente nas regiões de média frequência, falta-lhe uma presença no seu envelope dinâmico substâncial, seu som é “mais para dentro” tem um tiro (ataque) curto e sem muita pressão e seu decay é harmonioso e equilibrado com leve tendência as altas. Isso à torna propícia à gravações, porém para estilos de baixo volume onde não seja necessário um ataque tão evidente e muita pressão sonora (mpb, jazz etc.), é um excelente tambor, porém com grandes limitações. 

Acrilico: Ao que todos pensam os tambores de acrilico na maioria das vezes são mais pesados que os de madeira, tem em média 6mm de expessura e são muito rigidos, duros. Por não ter a porossidade e a textura da madeira oferece um som muito cheio e ressonante, em alguns casos dificeis de controlar, é comum não termos definição quando tocamos muitas notas em velocidades altas nos tambores, principalmente nos mais graves. 

Aluminio: Cascos de aluminio podem ser classificados de varios tipos e expessuras, tipos de corte, torneamento e martelamento. A grosso modo são cascos de muito volume e cheio de harmonicos, com ressonância que dependendo do som que se busca é bom evitar ou controlar com abafamento e gates em caso de gravações. Para estilos como Rock, funcionam muito bem, no entanto são mais comumentes usado na fabricação da caixa da bateria e raramente vemos uma bateria toda em aluminio. 

Bronze: Material também comumente usado na fabricação de caixas o Bronze por ser proveniente de uma fusão de materiais tem um som mais vivo e com mais brilho, com uma abramgência tonal maior. 

E também temos os CASCOS HIBRIDOS. Cascos de tambores criados sob a junção desses materiais, geralmente parte com madeira e mais algum material, mas não existe uma regra especifica, "quanto maior a mistura mais divertido fica para os engenheiros das empresas que não devem ter muito o que fazer pelo jeito."


BORDAS DO TAMBOR 

Ainda se tratando do casco do tambor mais dois fatores serão importantes no resultado da afinação Espessura do tambor e a borda e/ou corte do tambor. 

Espessura: No geral quanto mais grosso é o tambor maior a concentração de massa e maior a quantidade de vibração (frequências), retidas dentro do espaço cilindrico que o tambor cria junto com a pele e o aro, portanto ele terá um volume de ataque maior e sua tendencia será sempre nas altas frequências, ou seja, terá uma tendência maior nos agudos. Quanto mais fino o casco, mais o tambor vai vibrar e mais vamos sentir a tendência da madeira. Ai vale a regra do tipo da madeira, se pende mais para o grave ou agudo, isso vai ditar o "andar da carroagem" pra que lado o tambor vai vibrar mais. 

Bordas: As bordas do casco influênciam muito principalmente no corpo do instrumento que abrange mais o Delay e Decay dentro do envelope dinamico. Uma borda arredondada ou abaolada irá proporcionar frequências mais graves pois seu contato com a pele será maior, recebendo mais vibrações da pele e respondendo ao casco consequêntemente. Por outro lado, borbas com angulos de cortes mais inclinados (40°, 45°) nos casos mais extremos teram menos contato com a pele e passaram as frequências altas, que atingem primeiro a pele, consequentemente teremos um tambor com mais agudos e propicio à afinações mais altas. 

Aros 

Tipos de Aros 

Die Cast: Mais usados nas caixas (tambor central da bateria) eles são os mais grossos e solidos em geral são tres vezes mais grossos que os Standars (1,6 à 2,8 milimetros) São aros de afinação mais precisa, portanto, demandam de mais paciência e pratica sua ao manusialos, por serem mais grossos são mais pesados e acabam cortanto alguns Overtones (são aqueles harmonicos de alta frequência, mais agudos) Com isso o som sai mais seco com mais ataque, também pelo seu peso o tambor acaba vibrando menos, hoje são fabricados de diferentes materiais, como por exemplo: niquel, aluminio, zinco, estanho, cobre e etc... São aros que não aceitam imperfeições no casco, portanto se mesmo com um aro Die Cast você ainda ouvir vibrações estranhas procure avaliar se as bordas do tambor não estão com algum defeito/problema. 

Standard ou Estampados: São mais comuns em aluminio, mas podem ser feitos de diversos materiais já citados e sua espessura varia de 1,6mm à 2,8mm, quanto mais fino maior a encrenca para afinar e quando mais finos mais facil será de perderem a afinação, produzem um som mais quente com mais corpo por transferirem com mais facilidade as vibrações das peles para o casco e vice-versa, no geral quando feito em aluminio, bronze ou latão tem uma tendência maior para os timbres agudos, já os de aço além de matar um pouco (mas não tanto quanto os die cast), aros de aço tem uma tendência maior ao medio grave. 

Madeira: São aros extremamente rigidos, geralmente muito grossos e ao mesmo tempo muito sensiveis, ou seja, nada de patinha de elefante neles crianças!!! Rigidez e flexibilidade, vão sempre depender de espessura e do tipo de madeira usado na fabricação, como são grossos demais e ao mesmo tempo pesados, na maioria dos casos, podem (dependendo do tipo de madeira) ser similares aos Die Cast, porém são de madeira produzem vibrações que se convertem em som (tem quase que vida propria rsrs) e com isso geram harmonicos que se faz necessário aprendermos a controlar. Vão sempre gerar mais brilho e ressonancia, e ai se você tem o habito de usar Rimshots (como eu) vai precisar de um tempo para se adaptar, porque vão soar bem diferentes do que você está habituado 

Free Floating: O nome traduzido ao pé da letra significa "Livre Flutuação" e não tem maneira melhor de se explicar isso que o proprio nome. 

É um sistema originalmente desenvolvido pela Pearl onde temos um aro principal ao qual prendemos a pele, este aro, para aguentar a pressção imposta sobre ele geralmente é um Die Cast e seguindo em direção ao corpo do casco temos a continuação desse aro, formado algo como "um aro apoiado em outro" deixando o casco "LIVRE PARA FLUTUAR" dai o nome Free Floating. 

Como não existe pressão direta no casco do tambor e sim somente entre os aros, a pressão dada na afinação pode ser muito superior elevando a pele ao seu limite maximo, e como as pressões são invertidas a afinação trava de maneira quase que absoluta. 

Se a pele está esticada ao maximo ela não ira vibrar muito, consequêntemente teremos somente a vibração do casco, como a pele terá muito mais "push" (Ataque), esse ataque será predominante de frequências altas (agudos) que por sua vez ao passarem para o casco repercutiram frequências altas, ou seja, você terá um tambor com muitos agudos e seco pois a pele não vibra tanto na resposta para prolongar as baixas frequências (graves) que poderiam existir. 

Por tal motivo este sistema é usado somente até então, em caixas e foi aprimorado para as Drum Coprs (Bandas Marciais) pois usavam caixas grandes para ter maior volume em campo aberto e sem microfonação por isso o uso das caixas de 14" x 12" e como essas caixas, devido seu tamanho possuem muita tendência à baixas frequências (som grave), e como se deslocavam o tempo todo pelo campo ou quadra, ficava complicado manter a afiação por tanto tempo ainda mais exposta à movimentos constantes, sofrendo ataques de notas rapidas e rimshots e além disso as mudanças de temperadutas durante horas de treino à céu aberto. Assim desenvolveu-se o Free Floating para Puxar a afinação ao maximo para trazer os agudos para cima e não "embolar" com o resto dos bumbos e tenors ( também chamdos de tri, quadri, quinto e exa Tons conforme o numero de tambores) Deixando a tenção somente no aro Free floating essa afinação se mantinha por muito mais tempo e eles poderiam executar os movimentos de giros e coreografias com muito mais tranquilidade e precissão por muito mais tempo sem perder a afinação. 

Já na musica popular, esses aros ficaram comuns onde os agudos e ataques de caixa precissam aparecer mais e com maior destaque, ou seja, Funk, R&B, Soul e etc..., além de ficarem populares entre as caixas de menor profundidade "piccolo" A propria Pearl hoje tem uma linha de caixas Free Floating com cascos dos mais variados possiveis inclusive hibridos, onde as caixas de baixa profundidade (3,5", 4", 4,5") são sem duvidas as lideres de mercado. Por ser uma técnologia patentiada é dificil vermos outras fabricantes dispostas a pargar os direitos sob a patende do produto, mas não estranhe ao ver outras marcas desenvolvendo algo similar aos aros Free Floating ou nos casos das Drum Corps pagando os direitos para terem uma fatia do bolo, outra marca que tem se aprimorado muito nessa técnologia é a Yamaha. 

Canoas 

As canoas juntamente com os aros são o eixo de ligação entre o casco e a pele. Assim como os aros elas podem ser feitas de diversos materiais como: Aço, aluminio, bronze, fibra de carbono e etc... Também quando muito robustas são chamadas pelos seus fabricantes de "canoas Die cast". Sua função é segurar a pressão imposta pelo aro através do parafuso de afinação, ou seja, ela é feita pra travar, canoa que solta o parafuso ou que se solta do tambor, meu amigo.... "Esse “treco” tá errado". O maior problema além de soltar a afinação fora de hora são os chamados "grilos" que elas produzem. São barulhos de trepidação e de metal e/ou plastico entrando em atrito com o tambor ou mesmo amplificados pela vibração do tambor e isso acontece na medida que você com sua "patinha de urso" e toca o tambor, caso a bateria ainda esteja microfonada, ai se prepare para ver o "circo pegar fogo" com o técnico de som! E isso meu amigo, é culpa unica e exclusivamente SUA!!! (MAS ISSO É PAPO PARA OUTRO CAPITULO) No geral as canoas interferem diretamente no campo harmonico do tambor, quanto menor o numero de canoas, mais espaço a madeira tera para vibrar, consequêntemente, mais som seu tambor terá, porém nem tudo são flores, pois assim com um menor numero de canoas menor será a precisção de afinação que importará e você poderá ter um "Elefante Branco" nas mãos... Um baita som de tambor, com muita vida e berrando igual a nossa criança chorona de dois meses que falei lá no inicio deste capitulo. Neste caso de menos canoas para afinar você tem algumas opções! 1° Amordaçar a criança: Colocar abafadores ou dissipadores de harmonico como fitas, mongel e etc... 2° Controlar a criança no tapa: Tocando com mais jeito o tambor, com mais pressão, deixando a baqueta em contato mais tempo com a pele para "matar" esses harmonicos, ou tocando mais de leve para não fazer o tambor "chorar muito" (leia-se CANTAR MUITO - Não quis perder o trocadilho infame mais uma vez! rsrsrs) 3° Trocar as fraudas da criança: colocando peles com caracteristicas de som mais fechadas como as Ebonys (peles pretas de duplo filme) ou até mesmo aros die cast. 

Eu particularmente não abafo nada da minha bateria, odeio comprar algo pra ficar "matando e secando" depois! Prefiro aprender a lidar com o que tenho e controlar no braço e na técnica, afinal de contas é pra isso que estudei tanto, nada contra quem faz e em estudios isso se faz necessário sim. Mas eu evito o maximo que posso! 

Quando se tem mais canoas o tambor perde sim um pouco da "vida" dele, mais fica algo muito mais controlavel e estavel para se trabalhar, ambos tem seus prós e contras e cabe a você achar o seu ponto de equilibrio e estar preparado para lidar com ambas as situações, pois nem sempre podemos usar o nosso equipamento completo. 

Pelo menos uma vez por mês faça a manutenção completa do seu equipamento e ao desmontar as canoas veja se não estão trincando ou até mesmo já trincadas, se as arruelas de pressão, porcas, contra- porcas, buchas e parafusos não estão espanados, se elas não estão danificando o casco ou mesmo passando ferrugem para o casco. 

Ao deixar somente as canoas (sem aros, parafusos e peles) somente canoa e o casco do tambor, balance-o e profira batidas de leve no casco para ver onde aparecem os ruidos e "grilos". Caso não seja pela falta do parafuso o que nesse caso dependendo do modelo da bateria é normal, veja se você pode corrigirir ou se precisa trocar algo. 

A canoa tem a finalidade além de travar a afinação, de absorver e não deixar passar a vibração através dela para o casco essa vibração deve se dar apenas entre baqueta, pele, aro e casco do tambor, qualquer coisa que na PRODUÇÃO DO SOM saia dessa ordem estará na maioria dos casos muito errada. Já a resposta do som pode sim tranferir a vibração para outras partes como tom holders, pedestais e etc... mas quanto menos melhor e quanto mais isolada e inerte de vibração for à canoa melhor será o resultado e a sustentação desta afinação. 


*Texto adaptado da apostila de Clodoaldo Paiva - Professor de Bateria e Percussão Curitiba-PR

domingo, 10 de julho de 2022

DIVISÃO DO TEMPO: FIGURAS, NOME DAS FIGURAS E DURAÇÃO

 

Figuras e nome das figuras que representam a divisão do tempo na pauta. Imprimir e colar na parede ajuda no estudo. 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Sugestão: lives da Tv Maldita

As lives da Tv Maldita de Aquiles Priester é certamente uma grande contribuição para a história da bateria brasileira, além do importante papel social que realizou. O conjunto das lives apresentadas durante a pandemia forma um acervo riquíssimo que passa por diversos nomes importantes da bateria brasileira. Lá você encontra história, entrevista e conhecimento compartilhado. Vale muito!

 

domingo, 23 de agosto de 2020

VOCABULÁRIO: TIME, HALF-TIME E DOUBLE-TIME

O Time (no tempo) é o Groove em sua forma natural dentro do tempo da música.
O Half-time (metade do tempo) é a versão “desdobrada”, em que provocamos a sensação de que a velocidade do Groove caiu pela metade. Basicamente, fazemos com que todas as notas, ou as principais notas que compõe nosso Groove, tenham o dobro da duração. Geralmente isso provoca uma sensação de relaxamento, uma ponte de descanso dentro da música, e por vezes uma sensação de maior “peso”.
O Double-time (dobro do tempo) é a versão “dobrada” do Groove, em que passamos a impressão de que o tempo da música dobrou de velocidade. Se constitui fazendo com que todas as notas, ou as principais notas do Groove, tenham a metade da duração anterior. Quase sempre é utilizado como artifício de tensão e vivacidade dentro da música.

Veja a execução no vídeo:

https://www.instagram.com/p/CEP3JwMjSkF/?utm_source=ig_web_copy_link

Referência: zorzidrums

#zorzidrums #paradiddle #rudimentos #bateria #batera #drums #powerhands #auladebateria #cursodebateria #drummer #doubletime #halftime

sexta-feira, 8 de maio de 2020

COMO MONTAR UMA BATERIA DE ESTUDO BARATA E COMPACTA


Projeto de uma bateria de estudo fácil de fazer e barata. Não é a melhor opção, mas é uma solução na crise. Fiz pois precisava de uma bateria compacta, já que tenho pouco espaço. Para montá-la eu usei um cavalete simples (encontrei um desse tipo na Leroy Merlin) como do link abaixo:





Separei as duas partes do cavalete retirando as dobradiças e a corrente que as uniam. Uma parte ficou como estava, apenas cortei as pontas de acordo com a altura e a largura que melhor se ajustava a minha antropometria.
A outra parte eu serrei ao meio no sentido vertical. Essas duas partes foram fixadas com as dobradiças nas laterais, perfazendo o rack do surdo e da caixa, ajustáveis pelo movimento da dobradiça.

Comprei 5 pads de EVA com base de MDF por R$ 45,00. Mas você pode fazê-los se tiver material.



Para poder dobrar a bateria de estudo, usei 4 dobradiças (duas eu aproveite do próprio cavalete), assim posso guardá-la atrás da porta.



Para fixar os pads no rack usei 5 cantoneiras de metal, paguei R$ 2,50 em cada.











Após alguns ajustes, a bateria ficou assim. Não fiz os pratos pois pretendo utilizar uma máquina de chimbal (hi hat) e uma estante de prato de bateria com pratos mudos.

#fiqueemcasa


terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

EM MEMÓRIA DE NEIL PEART

Nem só de estudos formam-se os bateristas. O que me fez querer tocar bateria foi, por exemplo, John Bonham, o lendário baterista do Led Zeppelin. Sua marca ainda pode ser vista no seu filho Jason, que mantém seu legado com muita competência. Aprende-se muito mais ouvindo com paixão. Recentemente faleceu outro grande baterista que sempre me inspirou, Neil Peart. Como homenagem, reproduzo na íntegra a narrativa de seu blog  sobre sua breve passagem pela América Latina em 2010:

OBS: A tradução é do google, mas dá pra compreender a maior parte.



O poder do pensamento mágico

Todos nós temos nossas próprias marcas de pensamento mágico, e o meu me levou a esse "passe", por assim dizer. Embora minhas crenças sobrenaturais não incluam deuses do céu ou "técnicas de visualização", elas abraçam as atividades igualmente irracionais de sonhar, ousar e ter esperança. Essas são as mesmas qualidades que me fizeram acreditar que eu poderia fazer uma turnê no Brasil, Argentina e Chile, de moto.

Quando a turnê sul-americana estava sendo planejada, para outubro de 2010, comecei a sonhar em montar; então me atrevi a pensar em voz alta e, a partir de então, era uma questão de esperança. Eu sabia que não seria fácil. Meu parceiro de montaria de longa data, Brutus, cuidaria do planejamento e logística da rota (até viajaria para o Brasil dez dias antes para fazer o "reconhecimento antecipado") e viajaria comigo. Para mim, eu daria a oportunidade, tocando na bateria com o Rush em São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago (para ganhar nosso "dinheiro do gás"), e eu daria e prepararia meus dois BMW R1200 GS motocicletas, com óleo e pneus frescos, malas para serviços pesados, kits de ferramentas, pneus e primeiros socorros e latas de gasolina sobressalentes.

No passado, Brutus e eu havíamos feito uma quantidade considerável de aventuras viajando de motocicleta, muitas vezes juntas. Sabíamos como nos preparar para uma viagem como essa e como improvisar em torno de vários obstáculos ao longo do caminho. Mas ainda assim, também precisaríamos ter sorte. Foi aí que entrou o pensamento mágico.

Seria minha primeira vez em motociclismo na América do Sul, e a primeira vez que tentei combinar “viagens de aventura” e “viagens de negócios”. Um passeio de bicicleta na China em 1985 me apresentou as viagens de aventura e levou a novas viagens de pedalada. veículos de duas rodas, na Europa, América do Norte e em muitos países da África Ocidental. Nas turnês de concerto, eu usava bicicletas e motocicletas como uma espécie de "veículo de fuga" por muitos anos, mas até agora eu sempre mantinha a viagem de aventura separada da viagem de negócios.

À medida que as datas na América do Sul se aproximavam, admito que estava cada vez mais nervoso com isso, definindo meus sentimentos como “antecipação e apreensão - em igual medida.” Esperança e medo, em outras palavras. Na van do aeroporto para o primeiro hotel, em Campinas, perto de São Paulo, sendo conduzida (e vigiada por armas) pela estrada escura, senti até um pouco de pavor. Após o primeiro show, em São Paulo, quando Brutus e eu começamos a andar, parecia que eu estava com um nó no estômago, e carregava essa ansiedade comigo o tempo todo. Houve muitas ocasiões em que pensei: "Foi uma péssima ideia".

Muitos outros concordariam comigo e sempre pensaram que era uma má idéia - minha esposa, Carrie, por exemplo. Quando ela soube dos meus planos de ir aos shows da América do Sul, ficou horrorizada e incrédula. Minha mãe também não gostou da ideia. Meu parceiro americano de equitação, Michael, que também descrevi como meu "diretor de segurança nacional" (o que certamente me inclui) tentou me desencorajar. O gerente Ray e os colegas de banda Alex e Geddy devem ter tido suas reservas, mas sabiamente os deixaram sem palavras (eles sabem que posso ser impossivelmente teimoso, talvez especialmente quando estou com uma má idéia). Agentes e promotores e membros da tripulação teriam sentido preocupação com seus meios de subsistência.

Mas o que eu poderia fazer?

Sério, assim que vi o itinerário, com quatro dias de folga entre os shows no Brasil e Buenos Aires, e depois que Brutus fez alguns mapas preliminares e determinou que isso poderia ser feito, parecia que eu não tinha escolha. Foi um exemplo perfeito do tipo de decisão que me parece óbvia: tenho quatro dias de folga entre os shows sul-americanos; qual é a coisa mais excelente que posso fazer nesses quatro dias?

Por que, andar de moto lá, é claro.

Como se fosse assim tão fácil.

Eu concedi aos meus simpatizantes (e à minha própria preferência egoísta pela sobrevivência) que não iríamos andar em nenhuma das grandes cidades ou nos estádios gigantes de futebol onde estaríamos nos apresentando. Aparentemente, Brutus e eu tínhamos mais do que tráfego para temer lá - como ladrões, assaltantes e seqüestradores (oh meu!) - para que nos apresentássemos em algum lugar a menos de uma hora desses locais de trabalho e depois entrássemos e saíssemos das cidades de van , acompanhado por Michael.

Tudo deveria funcionar, desde que nada desse errado. Esse foi o ato de fé - e pensamento mágico: sonho; desafio; esperança . . .


Como mencionado, Brutus e eu havíamos compartilhado muitas viagens de aventura em motocicletas - ao Ártico Canadá, ao redor do México, e até da Europa ao norte da África, e às margens do Saara. E em cada uma dessas viagens, algo inesperado ocorreu - um problema mecânico, mau tempo, um acidente - que nos atrasou por um dia ou dois e mudou nossos planos. Quando uma viagem de aventura é interrompida dessa maneira, basta parar e lidar com o que for necessário, e fazer novos planos adequados.

Mas não tivemos flexibilidade para algo assim desta vez.

No lado das “viagens de negócios”, eu pratico motociclismo em shows há catorze anos - centenas de shows e dezenas de milhares de quilômetros - e ainda estou atrasado, mesmo para uma verificação de som, quanto mais para um show. No entanto, desta vez eu não teria a “equipe de apoio” de um ônibus e reboque na vizinhança geral (seguindo as interestaduais enquanto eu explorava as estradas secundárias). Nenhuma bicicleta sobressalente, nenhuma assistência na estrada da BMW e revendedores bem posicionados, nenhum dos resgates "fáceis" disponíveis na América do Norte e Europa Ocidental. Nós estaríamos praticamente sozinhos.

Como escrevi para Brutus desde o início, quando ele pesquisava e planejava cuidadosamente a jornada (por cerca de seis meses): "Você sabe que muita coisa está 'cavalgando' neste pequeno empreendimento nosso, e NADA pode dar errado".

Ele não precisava se lembrar, é claro, mas talvez fosse outro tipo de pensamento mágico declará-lo tão claramente - um talismã para afastar o Olho Mau.

Tivemos um verdadeiro "anjo da guarda" nos vigiando. Michael instalou dispositivos de rastreamento por satélite em nossas bicicletas e, enquanto viajava de avião, com a banda e a tripulação, ele podia verificar a tela do computador e seguir nossas “migalhas de pão” (é o que chamam de faixas eletrônicas que deixamos, naquela curiosa e divertida imagens que às vezes emergem da linguagem de alta tecnologia - uma contradição que me fascinou pelo menos desde que escrevemos a letra da música "Vital Signs" nesse estilo, em 1980).

Era meio estranho sentir que você estava sendo observada assim (pelo menos uma vez por dia, eu olhava para o céu, levantava o punho e dizia palavrões a Michael), mas também era reconfortante. Se surgisse algum problema, gostaríamos de obter a maior ajuda possível, assim que possível.
No primeiro dia, navegando pelo tráfego intenso de Campinas, senti como se estivéssemos montando dois pôneis através de uma vasta manada de carros de búfalos, com caminhões como elefantes se erguendo acima e enxames de pequenas motos semelhantes a mosquitos que pululam por toda parte.

De Campinas à região do Rio de Janeiro, depois de volta a São Paulo e ao sul, percorremos principalmente as rodovias de quatro faixas por longos trechos, porque tínhamos muita distância a percorrer. Como Brutus havia me avisado, os caminhões ultrapassavam os carros em cerca de dez para um, mas os motoristas pareciam bons e conseguimos passar facilmente por essas estradas. No entanto, havia muitas pedágio (quinze em apenas um dia de viagem) e, ao negociá-las, Brutus e eu seguimos o mesmo ritual que Michael e eu sempre fizemos nos EUA Brutus puxados pela janela de pedágio e parei na o direito dele. (Dica de estrada: evite a faixa gordurosa no meio, onde carros e caminhões gotejavam, especialmente em dias chuvosos.) Enquanto Brutus pagava os pedágios, o atendente levantou a barreira uma vez e acenou para mim, depois uma segunda vez para Brutus - enquanto ele estava coletando trocos e recibos, calçando as luvas e colocando a bicicleta em marcha.

Longe das rodovias (bem, pedágios), as coisas eram muito mais animadas e pitorescas, é claro. Aqui está Brutus no caminho até Petrópolis, uma bela cidade colonial situada na floresta montanhosa ao norte do Rio de Janeiro.
ormalmente, talvez, as coisas realmente começaram a ficar interessantes quando ficamos terrivelmente perdidos - no sul do Brasil, no segundo dia de nossa odisséia de quatro dias em Buenos Aires. De volta a Campinas, antes de partirmos, Michael e Brutus haviam passado muitas e muitas horas (e muitas caipirinhas - coquetel nacional) trabalhando em nossas unidades de GPS (um trio conhecido como Doofus, Dingus e Dork, enquanto o programa de computador que mapeia suas rotas é chamada Mãe).

Depois de todo esse trabalho on-line e várias chamadas telefônicas longas para o fabricante, as unidades funcionaram bem nos 515 quilômetros de São Paulo a Petrópolis, depois a 550 milhas (um longo dia) ao sul para outra cidade de bom tamanho, Curitiba . Mas logo depois de partirem, eles começaram a “passear”. Algo semelhante havia acontecido comigo e Brutus alguns anos antes, na Polônia e na antiga Alemanha Oriental, e então, como agora, a linha roxa de nossa rota permaneceu na tela - se não for exatamente na estrada em que estávamos, o suficiente para que possamos navegar por ela. Dessa vez, imaginamos que estávamos andando por outra área mal mapeada, e as unidades de GPS acabariam nos direcionando para a direita. (Pensamento mágico novamente.)

Sabíamos que, geralmente, tínhamos que trabalhar para oeste-sudoeste, em direção ao rio Uruguai. Havia apenas uma ponte naquela parte do país, onde atravessávamos e seguíamos para oeste-sudoeste até a fronteira com a Argentina. Enquanto andávamos, de vez em quando olhávamos a linha roxa na telinha, ou passávamos para a função “bússola”, para ver que ainda estávamos na direção certa da bússola. Achamos que não poderíamos dar muito errado.
Até esse ponto. Partindo de uma cidade pequena, a estrada asfaltada se estendia por uma pista de terra que corria ao longo do amplo rio verde-acastanhado à nossa esquerda. Era tarde, com quase 400 milhas atrás de nós, e as sombras cresciam enquanto o sol se dirigia para a cama. Ainda não havia uma ponte à vista - e nenhuma cama à vista, para nós. É claro que tínhamos mapas em papel conosco, mas eles não tinham utilidade naquele momento - porque não havia cidades, sinais, nada para passar e pessoas para perguntar. A melhor idéia com a qual concordamos foi seguir em direção ao norte, onde deveria estar a estrada asfaltada, e segui-la dali. O nó no meu estômago estava crescendo, e eu disse a mim mesma, mais ou menos com estas palavras: "Estamos fornicados".

Mesmo depois de encontrarmos o caminho para aquela estrada asfaltada, ficamos confusos, pensando que ainda tínhamos que ir mais ao oeste ao longo do rio. Então, seguimos nessa direção, seguindo uma deliciosa pista sinuosa de duas pistas ao longo de uma cordilheira com vista para vales verdes de bosques e terras agrícolas, com apenas caminhões ocasionais para passar. Ainda não percebemos que ainda estávamos muito perdidos, por isso estávamos desfrutando de um passeio agradável no final da tarde. Ocasionalmente, o Uruguai aparecia à distância - para o sul, exatamente onde deveria estar. E sim, as linhas roxas de Dingus e Dork continuaram nos assegurando que estávamos indo na direção geral certa. (Idiotas - eles e nós. Eles também costumavam nos mostrar andando no meio do rio - um ícone de motocicleta em um campo azul - que talvez devesse ter nos alertado sobre a completa perda da máquina. Michael nos diria mais tarde que enquanto observava nossas migalhas de pão errante, ele desejou poder gritar "para baixo" para nós: "Você está realmente perdido!")

Ao percorrermos uma pequena cidade chamada Itapiranga, a estrada repentinamente se encolheu em terra áspera mais uma vez, as árvores sombreando a escuridão no céu, e paramos e abrimos o mapa novamente. Agora que sabíamos exatamente onde estávamos, podíamos ver exatamente o quanto estávamos perdidos. Tínhamos perdido a curva da ponte algumas horas antes e agora estávamos no canto mais distante do Brasil, com o rio ao sul e, imediatamente a oeste de nós, a fronteira com a Argentina correndo norte e sul. Nenhuma estrada cruzava a fronteira ou o rio - e eu soube imediatamente o que deveríamos fazer.

"Vamos parar por aqui", eu disse, apontando de volta para Itapiranga, "Era uma cidade bonita - poderia ter um hotel".

"Sim", disse Brutus, "então amanhã"

Eu o interrompi: "Fornique amanhã - vamos cuidar de hoje primeiro". (Roadcraft.)

Ao nos levar de volta pela rua principal, apontei para uma placa, em letra gótica, “Hotel Mauá”. Para uma cidade de apenas 13.000 pessoas, deitada “no final da estrada” de várias maneiras, o hotel era absolutamente bom - pequeno, austero e escrupulosamente limpo, como você pode encontrar na zona rural da Áustria, por exemplo, e com estacionamento coberto seguro para as motocicletas.

Também havia notado alguns restaurantes na cidade, e caminhamos para um local ao ar livre casual, como você pode encontrar na cidade pequena da Itália. Os palestrantes tocavam música em um híbrido atraente dos estilos brasileiro e da África Ocidental, e eu tive que pedir ao nosso garçom que escrevesse os nomes dos artistas - entregando-lhe meu caderno e fazendo-o entender sobre “música”. Noite subtropical, bom hotel, ao ar livre jantar, música intrigante - tudo estava dando certo agora.

Enquanto eu estava na calçada em frente ao restaurante conversando com Carrie no meu celular (que milagrosamente funcionou perfeitamente naquele canto remoto do Brasil), Brutus estava conversando em português com alguns moradores. Ele soube que havia uma balsa - uma balsa - bem em Itapiranga, e pela manhã nós poderíamos levá-la para o outro lado daquela grande barreira sem ter que voltar várias horas. De lá, poderíamos tentar navegar (à moda antiga em papel) até a nossa fronteira, San Borja.

Na varanda do hotel, Brutus e eu tínhamos arranjado uma série de naturezas-mortas de todos os nossos "dispositivos portáteis" (ainda seria um ótimo nome para a turnê, como já observei antes): telefone celular, telefone via satélite, rádio Nextel , dispositivo de rastreamento por satélite (“olho no pão” de Michael), idiota do GPS, mapa em papel e câmera. (Para "verossimilhança", também adicionamos um copo de uísque e um pacote de maçãs vermelhas, como outros dispositivos portáteis importantes.)

Em contraste com a exibição de alta tecnologia, Brutus ficou acordado até tarde com os mapas em papel, copiando nomes de cidades, distâncias e (sempre que possível) números de estradas em folhas de papel, para os detentores de malas de tanque. (Esse é o tipo de GPS que eu chamo de "Pegue uma caneta, estúpido".)

Ao nascer do sol, como estávamos em tantos dias de viagem, tomamos um pouco de pão e café no hotel, carregamos as bicicletas e fomos para o desembarque da balsa. A balsa era apenas uma pequena barcaça impulsionada por uma lancha movida a motor externo, mas em poucos minutos ela nos levou através da extensão do rio, brilhando azul sobre marrom esverdeado naquela manhã ensolarada e estávamos imediatamente perdidos novamente.

Não havia lá, apenas algumas casas pequenas e uma grade de duas quadras de ruas estreitas, terra marrom e pedras (não cascalho - pedras). Imediatamente recorremos à forma mais primitiva de GPS - encontrar uma pessoa e dizer o nome da próxima aldeia que estávamos tentando encontrar ("Gaucha Vista?", Neste caso)) repetidamente e apontando a estrada interrogativamente. Basicamente, parecendo idiotas.

A única desvantagem desse método é que você precisa que as pessoas perguntem, e elas eram escassas ao longo da pequena estrada de terra, indistinguíveis das calçadas e trilhas agrícolas que conduziam em direções diferentes. Muitas vezes parávamos para considerar as escolhas - e olhamos para nossas bússolas de GPS ("os idiotas", como eu costumava chamar essas unidades agora, e Brutus zombeteiramente se referia a ele como "a bússola de mil dólares".) Não havia sinais de trânsito. é claro - não um - e como já observei antes sobre trilhas não marcadas na África ou no México, mesmo quando você está no caminho certo, não tem como saber.

Também havia uma certa ansiedade extra naquele dia, pois realmente precisávamos chegar à passagem da fronteira, em San Borja, o mais cedo possível. O promotor havia combinado que um agente nos encontrasse lá e ajudasse com nossas "formalidades", e deveríamos estar lá ao meio-dia. E ainda havia um longo caminho a percorrer em Buenos Aires nos próximos dois dias.

Mas logo encontramos uma verdade importante sobre o Brasil - várias verdades, de fato. Certamente, estávamos perdidos em uma estrada irregular em uma área rural isolada, mas Michael e eu nos encontramos naquela situação exata muitas vezes nos Estados Unidos. E, semelhante ao que aconteceu na época, quando Brutus e eu saímos das “trilhas batidas” daquele bolso rural isolado, estávamos em uma pista de duas ruas bem pavimentada, com pouco tráfego, atravessando uma bonita zona rural.

Um detalhe revelador: ao longo daquela estrada de terra, perto do rio, vi um homem dirigindo um arado de sulco único com um par de bois, mas menos de uma hora depois, ao longo da estrada asfaltada, passamos por fazendas enormes e vi muitas grandes e modernos tratores John Deere e verde brilhante combinam colheitadeiras com lâminas de dez metros. A agricultura de subsistência pode ser a realidade econômica em áreas isoladas e atrasadas, mas mesmo na mesma região, esses cantos da Idade do Ferro coexistiam com mecanização e urbanização em larga escala nas principais estradas e cidades, tudo isso nos dias atuais. Brutus e eu vimos bolsos não desenvolvidos no Brasil e, mais tarde, também na Argentina, mas você certamente não diria que os países não foram desenvolvidos - pelo contrário.

A maioria das histórias de aventuras de motocicleta na América do Sul que eu li se preocuparam em passar por isso - maratonistas viajando pela Rodovia Panamericana do Alasca até a Terra do Fogo, por exemplo. Mas logo percebi que você certamente poderia fazer uma boa turnê pela América do Sul. Essas estradas finas e vermelhas, como mostradas nos mapas do GuiaQuatroRodas, eram a chave e, ao contrário de São Paulo e Rio, as cidades e vilarejos menores eram inteiramente civilizados e acolhedores.

Minha própria definição de cápsula para o que é um termo "o Terceiro Mundo": "qualquer lugar onde o ar seja desprovido de lixo humano". (O leitor pode traduzir isso livremente.) Essa definição inclui necessariamente grande parte da China, na África subsaariana. e até partes do sul da Europa - cidades rurais na Itália e na Grécia, por exemplo. (Isso não significa que eu não amo alguns desses lugares - eu amo - apenas significa que eles cheiram.)

Na América Latina, apenas as maiores cidades parecem se encaixar nessa rubrica rançosa - São Paulo, Rio, Cidade do México - e somente porque são ímãs para jovens esperançosos. Pensadores mágicos. Eles sonharam; eles ousaram; eles esperavam.

No final dos anos 90, visitei a Cidade do México com bastante frequência e soube que todos os dias chegavam lá 1.000 novas pessoas - deixando suas aldeias e cidades e buscando um futuro melhor, carregando apenas armas e esperança. Mil pessoas por dia - como uma cidade poderia lidar com esse tipo de influxo? Para seu crédito compassivo, a Cidade do México tentou levar eletricidade e água encanada para as favelas cada vez maiores (em vez de queimar tudo, como o governo dos EUA fez na década de 1930), mas nunca poderia ser suficiente.

Em uma megalópole tão confusa, expandindo-se diariamente além de qualquer possibilidade de igual infraestrutura, haverá maus cheiros - e mau comportamento: crime. Por um lado, as cidades são incapazes de fornecer as “instalações” necessárias para seus novos cidadãos, enquanto a própria falta de raízes e desamparo os afasta do senso de comunidade - de casa - que de outra forma governaria, ou pelo menos moderaria , Seu comportamento.

No geral, é uma receita perfeita para o desastre - cozida em seus próprios sucos fedorentos.


Uma cidade pequena como Itapiranga não aparece nos guias de turismo. Mesmo nos vastos e aparentemente on-line recursos on-line, a maioria das informações encontradas é que Itapiranga é “o município mais ocidental da província brasileira de Santa Catarina”. No entanto, era um lugar limpo, bonito e amigável, com acomodações totalmente adequadas e alimento para os visitantes, e Itapiranga ficava no final de algumas estradas muito agradáveis ​​para motociclistas.

Mais do que tudo, parecia um milagre termos encontrado Itapiranga exatamente quando aquele dia longo e cansativo estava escurecendo. Não tínhamos outro lugar para ir - e lá estava.

Mágico.

Como afirmado no início, acredito que todo mundo tem sua própria versão do pensamento mágico. Minha própria abordagem de "sonho, desafio, esperança" da vida não se baseia na razão; é um tipo de fé - que poderei realizar algo com o qual ouso sonhar. Uma vez eu chamei de “Tryism”, acreditando que se eu tentasse bastante o suficiente, algo acabaria cedendo e aconteceria. O fato de que essa abordagem às vezes funciona não é uma prova empírica de sua verdade, por si só. Lembro-me de uma conversa que tive depois de bater em um cervo na minha motocicleta (“Toda estrada tem seu preço”, junho de 2007). Após esse susto, fiz uma pesquisa séria sobre medidas defensivas, como apitos de veado, que emitem um som agudo que deveria repelir veados. Logo soube que esses dispositivos se mostraram ineficazes na melhor das hipóteses, e uma atração real na pior das hipóteses. Quando relatei isso a um amigo, ele disse: "Bem, eu os peguei na minha van e nunca atingi um cervo".

Bem, isso resolve então. (Como um médico que estava descartando suspeitas de ligação entre vacinação e autismo: "O plural de 'anedota' não é 'dados'.")

Mas é claro que esse tipo de distorção subjetiva é apenas uma variação de um tema humano que varia de trevos de quatro folhas e pulseiras curativas a templos celestes como este, em Petrópolis, Brasil.

No incrível escopo de impossibilidades adotado pela fé humana (por definição, o que for correto, os outros são assim "impossíveis"), parece que quanto mais estranhas essas crenças se tornam, maiores são os gritos de "intolerância" e apelos por "respeito."

Durante a parte norte-americana da turnê Time Machine, durante nossos coquetéis e jantares após o passeio, Michael e eu discutimos o assunto detalhadamente - a escala e o poder do pensamento mágico. (Nossas conversas não são apenas brincadeiras e palavrões gays - ou pelo menos também contêm os nomes de filósofos alemães e poetas metafísicos ingleses). O assunto da fé costumava surgir quando estávamos viajando no sul do Tennessee, digamos, ou mesmo na Pensilvânia (algo do próprio estado do sul, penso, fora das cidades). Nós nos sentiríamos impressionados com o grande número de igrejas e placas da igreja, e os cartazes e adesivos de carro, além da prevalência de “igrejas boutique”. Às vezes, parecia que todas as encruzilhadas rurais tinham três ou quatro igrejas de blocos de concreto. , principalmente lascas diferentes da cruz batista.

"Taxe todos eles", diz Michael, e eu concordo - as igrejas são produtos, afinal, como álcool e tabaco, que prestam um serviço que alguns acham reconfortante e outros acham repreensível. Chame de "imposto sobre o pecado".

Quanto à tolerância e ao respeito, concordamos que a tolerância é necessária - as pessoas podem acreditar na louca questão fecal de sua escolha - mas não temos certeza sobre o respeito.

Aqueles que atribuem poder espiritual a formações geológicas, uma divindade sem humor ou artigos de vestuário (pense católico, hassídico, mórmon ou budista) são difíceis de respeitar - não tanto por sua "mágica", mas por sua vaidade.

Os fundamentalistas de todas as faixas, e também os teóricos da conspiração, são praticamente impossíveis de respeitar, especialmente se pregam violência - dor para os outros, o verdadeiro primeiro pecado mortal.

Em termos de minha simples bússola moral (embora como Dingus, também tenha sido caro adquirir!), Se os maiores males para um indivíduo são dor, medo e preocupação, então é lógico que as piores coisas que você pode infligir a outro ser humano são dor, medo e preocupação.

(Uma parte admirável do "código do cavalheiro" que encontrei há alguns anos foi: "Um cavalheiro nunca causa dor intencionalmente". Da mesma forma, com medo e preocupação, eu pensaria.)

Os não crentes são sempre advertidos a "respeitar" as crenças dos outros, mas não são respeitados por sua vez. Da mesma forma, não acredito nem por um segundo que os mórmons "respeitem" as crenças dos cientologistas, digamos, ou que as Testemunhas de Jeová dão igual peso aos ensinamentos do profeta Muhammad. Coloque dez crentes das principais religiões do mundo em um círculo, e seus "balões de pensamento" terão a mesma leitura que os meus: "Você acredita nisso?"

Receio que a tolerância seja o melhor que podemos oferecer. Pessoas assim terão que se respeitar. . .

Mas vamos voltar ao tapete voador do pensamento mágico em ação e à ponte sobre o rio Uruguai entre o Brasil e a Argentina em San Borja. Seria a nossa primeira passagem de fronteira na América do Sul e estávamos um pouco nervosos. (Bem, um pouco mais nervoso.) Fomos recebidos nos portões da fronteira pelo agente do promotor de turismo, Sergio, um homem amável e de baixa, que falava o necessário inglês, português e espanhol. Ele tinha um assistente do lado brasileiro, e um do lado argentino, e eles pareciam fazer a troca de escritórios e a espera de fila, o que tornou o processo muito mais fácil para mim e Brutus - nós apenas tivemos que esperar.

Durante algum tempo, observamos o computador monitorar pela janela da alfândega da Argentina, que mostrava imagens ao vivo do resgate dos mineiros no Chile. Para quem não está incluído no estimado bilhão de pessoas em todo o mundo que assistiu aos eventos ao vivo, a versão curta é que, no início de agosto de 2010, uma mina de cobre notoriamente insegura no norte do Chile entrou em colapso, prendendo trinta e três mineiros a 800 metros de profundidade, cinco quilômetros da entrada da mina. Uma colaboração tecnológica entre a NASA e a marinha chilena perfurou poços até o abrigo dos mineiros, primeiro entregando comida e depois arrastando os mineiros presos, um de cada vez, em vagens cilíndricas, subindo perigosamente quinze minutos.

Nos últimos dias, Brutus e eu sentimos que estávamos no fundo da América do Sul. (Nada como ficar realmente perdido para aumentar essa sensação.) Nesse ponto, também estávamos perto do Chile, tanto geograficamente quanto com sua aparição em nosso itinerário em alguns dias. Por essas razões, a história parecia ainda mais comovente - mais parte do nosso mundo.

No processo burocrático em andamento que atualmente definia nosso mundo, mesmo com três pessoas do nosso lado, ainda levavam duas horas para as autoridades decidirem que todos os nossos documentos estavam em ordem e devidamente carimbados e assinados em triplicado. (Sergio nos disse que os controles de fronteira na Argentina eram os mais lentos e rigorosos da América do Sul.) Quando estávamos livres para entrar na Argentina, eram quatro horas, então decidimos correr para o sul por algumas horas e depois encontrar um hotel antes do anoitecer. O céu estava cinzento, o ar fresco e alguns chuveiros dispersos começavam a respingar nossos pára-brisas.

(É claro que em meados de outubro era primavera no Hemisfério Sul, o que demorou um pouco para nos acostumarmos mentalmente - e Brutus e eu tínhamos como certo que, quando viajávamos para o sul, o clima ficaria mais quente, quando é claro que o contrário era verdade Tudo estava de cabeça para baixo!)

Muitas coisas foram imediatamente diferentes na Argentina. Percorremos as planícies cobertas de grama chamadas Pampas, e a paisagem se assemelhava ao oeste do Texas depois de um pouco de chuva - prados verdes planos estampados com ocasionais árvores atrofiadas e parecidas com mesquites. Uma rodovia de quatro faixas havia sido inspecionada e parcialmente construída, mas nenhum trabalho recente parecia ter sido feito. O tráfego era quase exclusivamente de caminhões nas duas faixas existentes, e eles frequentemente tinham que passar por grupos de três ou quatro de cada vez, enquanto se amontoavam em comboios rastejantes e enfumaçados. Mas pelo menos em um país plano e aberto assim, a visibilidade para a passagem era perfeita.

No início de nossas viagens ao Brasil, as pedágios eram uma interrupção constante, mas nas estradas com pedágio na Argentina, as motocicletas recebiam passagem livre. No entanto, trocamos isso por barricadas frequentes, com soldados e policiais diminuindo ou interrompendo o tráfego. Nunca fomos interrogados ou revistados, mas muitos motoristas de caminhão e carro à nossa frente foram, alguns deles afastados para um exame mais aprofundado. Como outro indicador do mundo "não desenvolvido" (leia-se "não civilizado", eu acho)), qualquer país que interfira nos movimentos de seus cidadãos e conceda a seus oficiais o direito de parar e revistar qualquer veículo que escolherem está corrompendo a liberdade. Os piores exemplos de tais países que encontrei foram na África Ocidental, China, norte do México e. . . Sudoeste dos Estados Unidos. (O livro Borderlands, de Derek Lundy, aborda profundamente algo que já experimentei: os abusos cometidos pelos governos dos EUA e dos estados fronteiriços em nome de seus cidadãos e em "Segurança Interna".)

Embora não fôssemos incomodados pessoalmente pelos bloqueios de estradas armadas, é claro que o tráfego era cada vez mais lento e tivemos que esperar por trás disso. Os outros obstáculos para nós eram muitos desvios de construção, levando-nos através de laços lamacentos da estrada, uma bagunça escorregadia, muitas vezes esburacada e encharcada pelas chuvas recentes. Nós deslizamos em torno dos caminhões, que pairavam sobre nós como hipopótamos em um banho de lama. Logo nossas bicicletas e extremidades inferiores foram pintadas em uma mancha marrom, e a situação era ainda pior em lugares como esse - a entrada de automóveis de um posto de gasolina.

Encontramos refúgio durante a noite em uma cidade fronteiriça um tanto deteriorada ao longo do rio Uruguai, Paso de Los Libres. Do outro lado do rio ficava a Uruguaiana do Brasil, uma grande cidade com altos edifícios modernos e muito mais luzes.

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