domingo, 4 de setembro de 2016

TUDO SOBRE BAQUETAS

Antes de tudo, é importante que você, baterista iniciante, saiba que a baqueta de madeira não deve ser substituída por varetas de bambu, vassourinhas ou coisas do gênero no momento de seu estudo. Isso porque somente a baqueta de madeira vai te proporcionar o peso para conquistar um rebote adequado para o treino da alavanca e o controle de intensidade das notas. Você pode até treinar em superfícies com pouco rebote, mas nunca sem uma baqueta de madeira! Ou sua evolução estará seriamente comprometida. As vezes substituímos uma baqueta de madeira por uma vareta de bambu para reduzir o volume, mas isso não é indicado. Vassourinhas e varetas de bambu ou similares são para usos muito específicos e possuem técnicas específicas, indicadas para performances em estilos suaves, como a bossa nova e o jazz, ou em situações acústicas de pouco volume.

Outra dica: prefira baquetas feitas de madeira hickory. Elas são mais resistentes e duras, proporcionam um bom peso para o treino nas mãos e não se degradam tão facilmente como outras madeiras. Existem outras madeira duras, mas a de hickory é a mais popular e mais facilmente encontrada. Mais uma dica: experimente vários tamanhos de baqueta, mas para certos exercícios uma baqueta muito grossa e pesada não dará para você um bom resultado (exemplo: papa-mama). Certamente que o treino com baquetas mais pesadas como a 5A vai te deixar com maior resistência e potência quando você for usar uma baqueta mais leve como a 7A, portanto, o legal é alternar o uso de baquetas em diferentes exercícios.


Antes de falarmos das baquetas de madeira, lembro que existem diversas formas de percutir em uma pele de bateria. John Bonhanm (Led Zeppelin) utilizava as mãos e também duas baquetas em cada mão. Pode-se utilizar vassourinhas, varetas de bambu e baquetas com ponta de feltro (essas são utilizadas para efeitos em pratos, surdos e tímpanos, nunca para conduzir). Mas certamente as baquetas de madeiras são essenciais e insubstituíveis.

A baqueta é um objeto em forma de pequeno bastão, geralmente, com uma das extremidades arredondadas, para percutir diversos instrumentos musicais. Pode ser feita de vários materiais, principalmente de tipos variados de madeiras, plásticos e/ou fibras.

As pontas podem ser arredondadas em formatos diferentes, esta variação é devida a peculiaridade exposta por cada ritmo, e elas podem ser de plástico, borracha, madeira, vidro e /ou outros materiais, fica ao gosto do músico, pois cada um extrai um som diferente. 

Os diferentes tipos de materiais causam diferentes sons, assim como as diferentes peles dos instrumentos percutidos. 

As baquetas têm vários tamanhos e densidades, que se adaptam ao estilo musical e à sonoridade que o baterista queira produzir. Uma baqueta mais densa propicia um som mais forte, enquanto uma baqueta mais longa propicia um controle maior.

Existem vários tipos de baquetas, variando em seu tamanho, peso, espessura. Cada tipo geralmente é indicado a um determinado estilo musical. Mas os tipos de baquetas também podem ser escolhidos, levando em conta o gosto pessoal. 

As baquetas modelo 5A são as mais utilizadas, não são nem pesadas nem leves. São muito indicados para iniciantes, e a estilos musicais não muito pesados (pop, rock, country, samba, reggae, etc). Já o modelo 5B é um pouco mais pesado. É indicado para práticas de exercícios técnicos e a estilos de música um pouco mais pesada (hard-rock, heavy-metal, etc); as baquetas 7A são indicadas para quem gosta de tocar algo mais ágil como o jazz, tem uma pegada mais leve, e em geral é a mais usada por sua leveza e versatilidade. 



Antes da década de 1950, não existiam empresas especializadas em fabricar baquetas. Os próprios fabricantes de baterias e outros instrumentos de percussão, confeccionavam e comercializavam as baquetas. Também havia bem menos modelos do que atualmente e seus nomes eram dados de acordo com a aplicação. Desde aquela época, as três designações mais comuns são baquetas “A”, “B” e “S”. 


Letra “B”: era referente à “Band” (banda) e serviam para as baquetas direcionadas para bandas de teatro, “big bands” ou para orquestras. Letra “S”: era referente à palavra “Street” (rua), e especificava os modelos feitos para serem usados em bandas marciais e/ou fanfarras. 

Letra “A”: a origem para utilização desta letra é um pouco vaga. Aparentemente ela identificava as baquetas que não se enquadravam como “B” ou “S”. O mais evidente é que eram referentes à expressão “All Purpose” (de uso geral). 

Os números nas baquetas servem para dar uma impressão a respeito de seus tamanhos. Nos modelos “A” e “B”, quanto maior o número, menor é a baqueta. 

Exemplificando, uma baqueta 2B é maior que uma 5B, uma baqueta 7A é menor que uma 5A. 

As baquetas de bandas marciais e/ou fanfarras, são designadas com esse conceito numérico ao contrário. Exemplificando, as baquetas 1S são menores que as 2S, que são menores que as 3S. 

Estas identificações podem até nos confundir, além de que dificilmente encontraremos alguma fonte de informação que saberá explicar exatamente os motivos. Alguns destes detalhes foram perdidos na história. 



Classificação 

7A 
Geralmente o mais leve dos tipos, as baquetas 7A são utilizadas para estilos que exigem menor volume, maior leveza e delicadeza como jazz, bossa e samba. Também muito utilizada por iniciantes e estudantes. Por serem mais leves e finas podem quebrar mais facilmente. 

5A 
Baquetas 5A são em geral mais resistentes que as 7A. Utilizada comumente para estilos um pouco mais pesados e que pedem mais volume como o rock. 

5B 
São bem mais pesadas e resistentes. Possuem um maior diâmetro e por consequência mais madeira e são usadas para estilos mais pesados como heavy metal e outras vertentes de rock. 

2A e 2B 
São bem mais grossas e pesadas do que as que falamos anteriormente. São também mais resistentes e duram mais. São frequentemente usadas pelos bateristas das bandas mais pesadas. 





SEGURANDO UMA BAQUETA





DIFERENTES CABEÇAS



PARTES DA BAQUETA (CORPO)



FONTES:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Baqueta

http://www.baquetasliverpool.com.br/conheca-as-baquetas-2/

http://www.clubedobaterista.com.br/baquetas/como-escolher-o-tipo-baqueta-ideal-para-voce

sexta-feira, 29 de julho de 2016

AS PRIMEIRAS BATERIAS

O início da bateria se dá nos EUA, portanto os kits que você verá não são encontrados no Brasil, pois a bateria chegou mais tarde por aqui. Lá nos EUA, as primeiras baterias modernas surgem na década de 20. Modernas pois já vinham com estante de caixa e pedal de bumbo, peças que não existiam antes. O bumbo, antes disso, era tocado com o pé ou baqueta e a caixa segurada com talabarte, herança das bandas marciais que forneceram parte das peças que criaram a bateria moderna.

As primeiras baterias eram montagens muito criativas que geralmente incluíam tons chineses, blocos de madeira, címbalos do tipo China, os "low boys" ou "címbalos de meia" que precediam o moderno chimbal. E, claro, os grandes tambores e tarolas nas pequenas e finas estantes.

Aqui estão as vistas frontal e traseira de um belo kit antigo de 1930 que apresenta um design de "mulher aranha" na cabeça (pele) do bumbo. Vemos o familiar tom chinês, o pequeno bloco de madeira dupla que também era comum em kits desta época, o misterioso prato de pé montado no canto da pele de ataque do bumbo, um prato tipo China suspenso e um pandeiro. E a caixa, claro. Observe também o silenciador e o livro de instruções do bumbo! 

Abaixo podemos ver outro lindo kit antigo de 1929, feito por Ludwig e Ludwig. Pintura artesanal na pele do bumbo como era comum na época. O acabamento (superfície externa do bumbo e caixa) é chamado "Pérola de Pavão". A peça vermelha é o tom chinês. Dentro do pandeiro vemos algum tipo de sinete grande montado em um cabo de madeira. E há aquele prato montado no bumbo, logo à direita do pedal do bumbo. 


Na imagem seguinte, uma foto moderna de um kit antigo que quase certamente foi montado a partir de partes distintas que originalmente não estavam juntas nesta forma (originalmente esses kits eram mais simples, como as imagens de cima). Mas quem quer que o tenha juntou ficou com itens vintage: quatro tom-toms chineses (bastante grandes, especialmente aquele que fica em pé e que está visível e na posição em que encontraríamos um tom moderno tipo surdo) , um conjunto de blocos de templos (parecendo novos ou restaurados), uma mesa de percussão (trap, em inglês) para pequenas percussões e outros, e alguns pratos, incluindo um tipo chinês.


Observe o bumbo brilhante: por dentro há uma lâmpada, que, além de deixar o tambor bem legal, serviu à finalidade prática de manter as cabeças do bumbo aquecidas, portanto, mais apertadas. Era uma forma de se manter a afinação desejada, pois as pelas de animais eram muito sensíveis a temperatura.


O sistema de afinação nos velhos tambores eram com corda, como em muitos instrumentos de percussão utilizados atualmente. A corda se dividia nos dois segmentos superiores, formando a forma da letra Y. Nesse ponto, há uma manga de couro em forma de leque que a corda está passando através. Esta manga pode ser deslizada ao longo do comprimento do cabo, para apertar ou diminuir a tensão. 

Agora, mais um ponto de interesse: uma certa tecnologia obscura que estava em uso nas baterias da época: dê uma olhada no pedal do bumbo nas imagens acima. Especificamente, na haste de metal que vai do pedal até a bola do batedor. Lá você verá um pequeno pedaço de metal curvo, a cerca de um terço do caminho da haste do batedor. Isso tocaria o pequeno prato que você vê montado no bumbo logo à direita do pedal do bumbo. Engenhoso! O baterista poderia obter dois sons com um golpe do pé. Mas, pensando um pouco mais, você poderia imaginar que o baterista poderia ter quatro sons. Como assim? Depende se o impacto do pé do baterista é uma recuperação rápida (o que faz o bumbo e o prato ressonarem e tocarem, respectivamente) ou se o seu strike "permanece" no tambor e prato, o que resulta em um tom mais suave do bumbo e um som entupido (mais parecido com um chimbal fechado) do címbalo. Também o metal curvo podia ser girado para dentro ou para fora da posição de tocar, de modo que o prato não soaria nada se o baterista não quisesse.

Na imagem abaixo, vamos observar os vários itens de percussão incluídos neste kit: há um prato suspenso tipo China e dois (ou são três) cowbells, além de um bloco de madeira montado no topo do bumbo. Em seguida, há um triângulo pendurado na frente da cabeça do bumbo para o lado esquerdo e, anexado ao lado direito, um item de percussão cujo design permaneceu praticamente inalterado ao longo das décadas: é uma catraca, tocada por uma manivela pequena. A catraca é afixada no aro do bumbo por meio de um parafuso.

Note também o gongo ao lado da parede. Agora vamos dar uma olhada mais de perto no anexo do pedal do bumbo que falamos logo acima.


A imagem mostra que algumas pessoas estavam experimentando e sendo criativas desde o início. É claro, a criatividade é inerente à condição humana. Além dos itens familiares que vimos até agora, este kit ostentava uma catraca, buzinas triangulares, um grande sino pendurado, um pandeiro, um par de instrumentos de percussão um par de pequenos gongos e diversos sinos. E esse deve ser o maior prato usada nesta época.



Agora observem a imagem abaixo. Dê uma olhada nesse pedal de bumbo! Observe a caixa, que não está em seu próprio suporte, mas sim presa ao bumbo. Isso significa que o talabarte estava sendo aposentado e a estante de caixa estava para ser inventada logo (uma transição). Essa tarola (caixa), a propósito, é muito antiga. Apenas cinco garras de afinação e as que funcionam com manivela. Observe também que tem aros de madeira e peles de bezerro. 


Há um braço em forma de T montado no bumbo (preso ao aro) fazendo o trabalho triplo: segurando um pequeno prato suspenso, triângulo e bloco de madeira. Também um pandeiro é montado no bumbo.

Estranhamente, o prato montado na bateria do bumbo tem seu próprio pedal dedicado, o que significa que o baterista teria que tirar o pé direito do pedal do bumbo para tocar o prato do pé. Não é uma ideia particularmente elegante. Eu imagino que um baterista destro teria montado este prato e pedalaria no lado esquerdo do bumbo. 

(OBS: ESSA POSTAGEM ESTÁ EM PROCESSO DE PESQUISA, LOGO TEREMOS MAIS CONTEÚDO!)